terça-feira, 5 de outubro de 2010

Parque Beripoconé

Uma antiga área de 13 hectares totalmente degradada pela exploração da atividade garimpeira foi recuperada em Poconé (104 quilômetros de Cuiabá), município porta de entrada para o Pantanal. Onde antes funcionava a antiga mineradora Cascalheira São Francisco se transformou no Parque Temático Beripoconé. 

Num investimento de cerca de R$ 600 mil, o parque é resultado de uma parceria entre a Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), Agência Nacional das Águas (ANA), Fundo Mundial do Meio Ambiente, Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), Organização dos Estados Americanos, Prefeitura Municipal e a Cooperativa de Desenvolvimento Minerais de Poconé Ltda (CooperPoconé). 

No local, foram construídas trilhas, play ground, campo de futebol, equipamentos de ginástica e onde eram retiradas as lavras se transformou num mirante com vista panorâmica para o Bieripoconé. Com a descoberta de veios auríferos, surgiu o núcleo inicial do povoamento, perto de uma aldeia de índios Beripoconé, pertencente à etnia Bororo, que deu inicialmente nome ao local. 

De acordo com o secretário de Meio Ambiente Marcos Henrique Machado, o Parque Beripoconé é resultado do Plano de Recuperação de Áreas Degradas (Prad), que tem por finalidade recuperar ambientes que foram alterados por atividades degradadoras. A idéia é conciliar meio ambiente com preservação, lazer, educação ambiental e atividade turística. “O importante é a conscientização do empreendedor e a recuperação do passivo ambiental”, disse. 

Conforme a geóloga Sandra Caet, o trabalho de recuperação da área degradada vem desde 1997. Com o fechamento do garimpo, surgiu a idéia de recupera a área degradada e transformá-la em um local de lazer e de turismo. O trabalho começou com o envolvimento de toda a comunidade. Inicialmente, foi feita uma gincana com a participação dos alunos das escolas locais, que apresentaram maquetes mostrando o que desejavam que fosse feito com a área. 

Após a gincana, aconteceu o plantio de árvores nativas, como ipê amarelo e cedro. “O objetivo é desenvolver métodos que sirvam de modelo para que os garimpeiros façam a recuperação de outras áreas degradas, além de ter um caráter de educação ambiental e social”, comentou. 

A área também era considerada de risco e sem proteção. Por isso, foi isolada e devidamente cercada. Conforme Sandra, a cratera deixada pela retirada do ouro hoje tem cerca de 50 metros de profundidade e lâmina d’água de 15 metros. “Mas antes chegava a quase 70 metros de profundidade”, comentou. 

No parque a Sema e a Prefeitura de Poconé mantêm um viveiro onde são cultivadas plantas nativas. A intenção é tornar o local auto-sustentável.



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