Uma antiga área de 13 hectares totalmente degradada pela exploração da atividade garimpeira foi recuperada em Poconé (104 quilômetros de Cuiabá), município porta de entrada para o Pantanal. Onde antes funcionava a antiga mineradora Cascalheira São Francisco se transformou no Parque Temático Beripoconé.
Num investimento de cerca de R$ 600 mil, o parque é resultado de uma parceria entre a Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), Agência Nacional das Águas (ANA), Fundo Mundial do Meio Ambiente, Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), Organização dos Estados Americanos, Prefeitura Municipal e a Cooperativa de Desenvolvimento Minerais de Poconé Ltda (CooperPoconé).
No local, foram construídas trilhas, play ground, campo de futebol, equipamentos de ginástica e onde eram retiradas as lavras se transformou num mirante com vista panorâmica para o Bieripoconé. Com a descoberta de veios auríferos, surgiu o núcleo inicial do povoamento, perto de uma aldeia de índios Beripoconé, pertencente à etnia Bororo, que deu inicialmente nome ao local.
De acordo com o secretário de Meio Ambiente Marcos Henrique Machado, o Parque Beripoconé é resultado do Plano de Recuperação de Áreas Degradas (Prad), que tem por finalidade recuperar ambientes que foram alterados por atividades degradadoras. A idéia é conciliar meio ambiente com preservação, lazer, educação ambiental e atividade turística. “O importante é a conscientização do empreendedor e a recuperação do passivo ambiental”, disse.
Conforme a geóloga Sandra Caet, o trabalho de recuperação da área degradada vem desde 1997. Com o fechamento do garimpo, surgiu a idéia de recupera a área degradada e transformá-la em um local de lazer e de turismo. O trabalho começou com o envolvimento de toda a comunidade. Inicialmente, foi feita uma gincana com a participação dos alunos das escolas locais, que apresentaram maquetes mostrando o que desejavam que fosse feito com a área.
Após a gincana, aconteceu o plantio de árvores nativas, como ipê amarelo e cedro. “O objetivo é desenvolver métodos que sirvam de modelo para que os garimpeiros façam a recuperação de outras áreas degradas, além de ter um caráter de educação ambiental e social”, comentou.
A área também era considerada de risco e sem proteção. Por isso, foi isolada e devidamente cercada. Conforme Sandra, a cratera deixada pela retirada do ouro hoje tem cerca de 50 metros de profundidade e lâmina d’água de 15 metros. “Mas antes chegava a quase 70 metros de profundidade”, comentou.
No parque a Sema e a Prefeitura de Poconé mantêm um viveiro onde são cultivadas plantas nativas. A intenção é tornar o local auto-sustentável.
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