LOCALIZAÇÃO
A extensão total aproximada da Floresta Amazônica é de 5,5 milhões de km², sobrepondo-se à área da bacia hidrográfica amazônica com 7 milhões de km² (incluindo a bacia dos rios Araguaia e Tocantins). A floresta amazônica distribui-se mais ou menos da seguinte forma, dentro e fora do território nacional: 60% no Brasil, e o restante (40%) pela Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Guiana Francesa, Peru, Suriname e Venezuela.
Estes 60% correspondentes ao Brasil constituem a chamada Amazônia Legal, abrangendo os Estados do Amazonas, Amapá, Mato Grosso, oeste do Maranhão, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins.
Além destas "divisões", a floresta amazônica ainda engloba 38% (1,9 milhões de km²) de florestas densas; 36% (1,8 milhões de km²) de florestas não densas; 14% (700 mil km²) de vegetação aberta, como cerrados e campos naturais, sendo 12% da área ocupada por vegetação secundária e atividades agrícolas.
CARACTERIZAÇÃO
A Amazônia, como floresta tropical, apresenta-se como um ecossistema extremamente complexo e delicado. Todos os elementos (clima, solo, fauna e flora) estão tão estreitamente relacionados que não se pode considerar nenhum deles como principal.
Durante muito tempo, atribuiu-se à Amazônia o papel de “pulmão do mundo”. Hoje, sabe-se que a quantidade de oxigênio que a floresta produz durante o dia, pelo processo da fotossíntese, é consumida à noite. Mas, devido às alterações climáticas que causa no planeta, a Floresta Amazônica vem sendo chamada como “o condicionador de ar do mundo”.
A importância da Amazônia para a humanidade não reside apenas no papel que desempenha para o equilíbrio ecológico mundial. A região é o berço de inúmeros povos indígenas e constitui-se numa riquíssima fonte de matéria-prima (alimentares, florestais, medicinais, energéticas e minerais).
A Amazônia Meridional do norte do estado do Mato Grosso é um exemplo de Floresta de Terra Firme. São regiões de maior altitude onde encontramos árvores de grande porte. As copas das árvores se tocam no extrato superior, formando um anteparo muito denso à luz, que chega a reter 90 à 95% da luz solar. É relativamente fácil andar por estas florestas, pois a ausência de luz não favorece o crescimento de extratos mais baixos, e as árvores em geral não apresentam galhos nos seus 2/3 inferiores. Nas margens dos rios, porém, a vegetação se apresenta mais densa, devido a maior incidência de luz solar, dando a impressão de que a Floresta é muito fechada para quem a vê de fora. A maior parte da vida se concentra nas copas das árvores, muitas vezes fora da nossa vista.
O solo da Amazônia Matogrossense é considerado melhor do que os das outras regiões amazônicas. No interior da Floresta, o solo é forrado por uma camada de húmus, composto por restos de animais e vegetais em decomposição. Uma vez que a riqueza do solo da Floresta está concentrada apenas na camada superficial, as raízes das arvores também não são profundas.
Nas Floresta tropicais, encontramos um grande número de espécies animais, porem o número de animais dentro de cada espécie é em geral bem baixo. Os animais encontrados em maior número são os insetos, borboletas, aranhas, formigas e cupins.
Os mamíferos, entretanto, se encontram em pequeno número, tanto de espécies como de indivíduos por espécies. Os mamíferos encontrados na região Amazônica são a anta (em geral nas beiras dos rios), a capivara (maior roedor do mundo), os tamanduás e gambás, a ariranha, a lontra, o veado e a cotia, entre outros. A cotia é o único animal capaz de abrir o ouriço da castanha do Brasil, fazendo uso de seus poderosos dentes.
As florestas mantém os rios limpos e fluindo regularmente durante todo o ano. Quando é feita uma derrubada, ocorrem erosões e o rio se toma barrento, inchado e com o leito estreitado pela deposição de sedimentos, provocando contaminação da água, enchentes ou mesmo secamento do rio.
As Floresta tropicais tem um papel importantíssimo na regulação do clima. Na Amazônia, 50% da umidade circulante é mantida dentro das florestas. Quando a Floresta é retirada, não ocorre retenção de umidade pela vegetação, ocorrendo um dessecamento na atmosfera e no clima da região. Quando grandes áreas de florestas são destruídas, a alteração no clima estende-se também para outras áreas ao redor, porque a área limpa reflete a radiação solar, provocando alterações nas correntes eólicas e nas chuvas em áreas distantes dos trópicos.